segunda-feira, 30 de julho de 2007

Xeque-mate

Morreu hoje pela manhã o mestre Ingmar Bergman. Uma grande perda para o cinema mundial.


Obrigado por tudo. Que descanse em paz.
14 de julho, 1918.
30 de julho, 2007.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

mais do mesmo

Saiu esses dias o trailer do 'Darjeeling Limited', novo filme do diretor/produtor/roteirista Wes Anderson. E parece que vai ser mais do mesmo. Cores, problemas em família, fotografia, problemas em família, enquadramento, problemas em família, Owen Wilson, problemas em família. O que não deixa de ser muito agradável, tratando-se de tal diretor. Como já prenunciava em seu 'Os Excêntricos Tenenbaums', "Family is not a word. It's a sentence.".
A parceria Wes Anderson/Owen Wilson/Anjelica Houston se repete pela terceira vez, prometendo mais excelentes momentos. Deixo aqui o trailer desta nova jornada.



Impressão: mais um bom roteiro, mais música boa, mais owen wilson, mais técnica. Enfim, mais do mesmo.

domingo, 22 de julho de 2007

every day above ground is a good one

Hoje, às 22h, se inicia a quinta e última temporada de Six Feet Under (A Sete Palmos) no Warner Channel. Mas infelizmente não pretendo acompanhar. Até hoje não assisti muitos episódios da série e não gostaria de acompanhar o final sem ter visto o início. Eu sei que não ia afetar em nada acompanhar a série em sua ordem cronológica alterada, pois esta não é daquelas em que segredos são revelados com o passar da trama. Só é objetivada em acompanhar o cotidiano de uma família proprietária de uma casa funenária. Algumas descrições citam a família como disfuncional e, sinceramente, não vejo de tal forma. Apenas se (e esta idéia me cai bem) toda e qualquer família for disfuncional.
Descobri a série tarde demais, e as dublagens da Warner, apesar de não serem ruins, comprometem o meu interesse pela exibição da série. Curiosamente, é a única série exibida pela Warner com dublagens. Vai entender tal lógica...
Um amigo meu reclama ao falar que eu só assisti uns 10 episódios da série e considero esta a melhor série de todos os tempos da televisão. Mas quão longe você precisa ir para saber se algo é realmente bom ou ruim? 10 episódios são pouco, realmente, e já acho o suficiente pra fazer tal afirmação. A qualidade daqueles juntos é muito superior à qualquer série completa que já passou pela tv paga.A direção, o roteiro, as interpretações, a delicadeza com que os temas são tratados, tudo, fazem desta uma obra completa. Consegue falar de assuntos polêmicos sem ser polêmica. Magnífico trabalho da HBO que vai ser difícil de ser superado.Só me falta o dinheiro e o tempo para comprar os boxes de todas as temporadas e começar a assistir de vez.
À melhor série de todos os tempos, mesmo sem tê-la assistido por completo.
Six Feet Under. 2001-2005. Alan Ball.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

semana de comemorações [2]


"Senior Ed Bloom: You're lucky to get four words out of them in English, but if you were to walk through the jungle, you'd hear them speaking the most elaborate French. Those parrots talk about everything. Politics, movies, fashion. Everything but religion.
Will Bloom: Why not religion, Dad?
Senior Ed Bloom: It's rude to talk about religion. You never know who you're gonna offend."
Big Fish - Tim Burton

Essa semana faz aniversário o melhor filme que já vi sobre a morte, o sentido da vida, e religiosidade (não religião). O Sétimo Selo, do mestre Ingmar Bergman, completa 50 anos e continua tão atual quanto sempre foi e sempre será. Tratando de dúvidas inerentes à natureza humana, torna o filme tão universal, que é difícil qualquer pessoa assistí-lo e ficar indiferente a tal. A experiência é tão angustiante quanto os próprios questionamentos que o filme propõe.
Por um acaso, assisti o filme esta semana, na segunda-feira, em um ciclo Ingmar Bergman que aconteceu esta semana no Espaço Cultural Casa do Lago, na Unicamp. E após assistir o filme, soube que ele estava fazendo aniversário. Infelizmente, não pude assistir aos outros filmes da mostra, mas consegui assistir outros filmes esta semana.
O Sétimo Selo (1957). Ingmar Bergman.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

semana de comemorações


Hoje faz um ano e um dia que contribuo com o clickarvore. nesse tempo foram 209 árvores plantadas e a ocupação da posição 11347 no ranking geral. Isso significa que tem muita gente plantando por esse Brasil. Já foram 9413204 mudas neste tempo de existência do site.
Pra quem não sabe como funciona, basta você se inscrever no site [link no menu ao lado], gratuitamente, e se tem o direito de plantar uma muda em uma área de reflorestamento por dia. Se quiser plantar mais, cada muda sai pelo preço de R$1,20. Não é muita coisa, mas já é algo que a gente faz pelo meio ambiente.
Tá, o Bradesco patrocina o site. E sim, provavelmente ele recebe benefícios fiscais, provavelmente isenções, por causa desta "boa ação". Mas isto está previsto em lei, não é nenhuma maracutaia. Se quiser culpar alguém, culpe o governo. E depois espere que o governo tome alguma ação em defesa do meio ambiente. Eu, sinceramente, cansei de esperar. E prefiro que o meu imposto sirva para financiar estes projetos de iniciativa privada do que ficar sustentando a inércia de meia dúzia que não fazem muita coisa além de roubar. Às vezes, parece que o neoliberalismo é a única saída ao Brasil.

terça-feira, 17 de julho de 2007

a dama na água


De longe, o pior filme do Shyamalan. A Dama na Água mantém os elementos dos outros filmes do diretor. As tragédias familiares, a tentativa de superação de um problema, a busca de autoreconhecimento. Está tudo lá. Segue também a linha do seu penúltimo trabalho e tem lá as suas metáforas para o nosso mundo. Mas todas elas caem por terra quando o diretor desvia o mote do filme para se autopromover.
O roteiro é do próprio Shyamalan, assim como em seus outros filmes. Mas aqui, ele se cobre de prepotência e se defende antecipadamente das críticas negativas que podiam surgir sobre a película. E faz da pior forma possível.
Ele introduz na história a personagem de um crítico famoso, deixa claro que o crítico não entende nada de interpretação, para depois simplesmente matar o crítico em uma cena inútil. Percebemos que o crítico está ali apenas para ser massacrado pelo diretor mesmo.
Os cortes de uma cena para outra são muito rápidos no início, não condizendo com um conto de fadas. A edição está incoerente com a história, aparentando muitas modificações sobre a versão original. Ele não é um diretor ruim. Além da escolha dos planos, o seu histórico nos mostra isso. Porém precisa aprender a lidar consigo mesmo.
Ainda se dá um papel de destaque, escritor de um livro que mudará a humanidade. Nada contra a participação de diretores em cena, parece ser divertido. Mas caso ele queira se dar um papel importante na trama, que ao menos tenha um mínimo de noção sobre interpretação. Cabe ao diretor tal bom senso. E o bom senso foge completamente ao Shyamalan neste seu trabalho.
A Dama na Água (2006). M. Night Shyamalan

domingo, 15 de julho de 2007

e o falecido faz aniversário... [parte 2]

com um pequeno atraso, aí vão as minhas 10+.


10. The Beach Boys



sol, praia, e rock'n roll.



09.Elvis Presley



vida longa ao rei!



08. Los Hermanos




rock brasileiro em tempos de pop.



07. The Clash




londres te chama.



06. The Flaming Lips





O rock que veio do espaço.



05. The Beatles




ié ié ié.


04. Led Zeppelin




o rock em sua mais pura essência.



03. Legião Urbana




a essência em forma de rock.



02. Pink Floyd




até onde a música pode nos levar.


01. Radiohead


música para se sentir. sentimentos para nos ouvir.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

e o falecido faz aniversário...

hoje comemora-se o dia mundial do rock. o gênero musical mais famoso do mundo. para mim, não existe mais rock, existem as suas crias. e os seus plágios.
o que existe hoje são vários segmentos, que não mantém entre si muitas similaridades.
agradeço ao rock por me dar pelo menos metade da música que gosto de ouvir.
foi mais difícil do que pensei, mas fica aqui as minhas 20 melhores bandas (ou álbuns) de rock de hoje. e as que passaram e deixaram a sua marca em mim.


20. Clap Your Hands Say Yeah - Clap Your Hands Say Yeah

o indie rock ainda vive em new york.


19. The White Stripes

a banda de um músico e meio que é melhor que muita coisa por aí.

18. Sigur Rós

e a islândia é o país mais melancólico do mundo.


17. Cordel do Fogo Encantado

o rock encontra a poesia do sertão.


16. The Arcade Fire - Funeral

a vizinhança nunca preocupou tanto.


15. Kaiser Chiefs

deus ainda abençoa a rainha.


14. Janis Joplin

e o rock veio do blues.


13. The Mars Volta

e eu disse que o rock morreu?


12. Nirvana

quem nunca foi adolescente?


11. Queen

o fim do rock em grande estilo.



amanhã eu posto as 10+.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

conduzindo um bom filme

Uma das minhas antigas dívidas com o cinema. Tenho pagado algumas desde que entrei de férias, e me foi de muito bom grado esta quitação. O filme mostra a relação de uma senhora implicante com o seu novo chofer. Desde o início, todos sabem que a relação vai acabar em amizade. É previsível, tá. A história é ingênua, sim. Mas é daquelas ingenuidades necessárias, para nos fazer sentir bem de vez em quando. O filme é baseado unicamente em dois personagens, com a história se desenvolvendo através deles. A história aqui se torna mero coadjuvante. E o acerto do filme é simplesmente o elenco. JessicaTandy, maravilhosa como uma senhora irritante, autoritária, mas ainda assim, frágil, conquista qualquer espectador. Não erra em nenhuma cena. O mesmo para Morgan Freeman, em um dos melhores momentos de sua carreira. A dinamicidade que se observa em tela entre os dois atores é de dar inveja. E como o filme se constrói essencialmente nos personagens e nas interpretações, fica difícil tirar muitas conclusões sobre quaisquer outros aspectos. O único problema [se é que assim posso chamar] é a forma como o tempo passa no filme. O diretor nos dá pouco indício de quanto tempo se passou de uma tomada para a outra. Apenas quando se passa muito tempo, podemos notar a ação da maquiagem nos atores. É um filme bonito, para se ter em casa e assistir de vez em quando, mas ainda acho que não é um filme para o Oscar.
Conduzindo Miss Daisy (1989). Bruce Beresford.

terça-feira, 10 de julho de 2007

música, violência e política

Aproveitando o fim de semana prolongado no meio das "férias", assisti três filmes que, há algum tempo, desejava assistir: Dreamgirls (2006); Irreversível (2002); e Boa noite, e boa sorte (2005).


Dreamgirls foi a primeira decepção do fim de semana. O início já prediz o fiasco que o filme é, quando os números musicais se resumem a apresentações em cima de um palco. Um musical não se define pela apresentação de artistas em cima de palanques, em um segmento completamente a parte e dispensável ao filme, mas sim na capacidade de tornar as músicas um prolongamento fundamental ao desenvolvimento da história. Sendo assim, o amontoado de números que vemos no início do filme já o torna bastante cansativo e desnecessário.
E quando a película tenta se tornar verdadeiramente um musical, com cenas em que a música realmente faz parte da história, nos proporciona situações constrangedoras e intermináveis.
Parece que Bill Condon, responsável pelo incrível roteiro de Chicago (2002), sofreu de um lapso na memória e se esqueceu como se faz um filme digno de tal gênero. A câmera é irrequieta, e despropositada. Parece que não sabe onde se estabelece, e traz como resultado uma grande quantidade de planos superpostos desnecessários.
Lá pelo final do filme, Condon nos apresenta uma tomada interpretada pela Beyoncé digna de um videoclip dela.
O casting é outro erro do filme. Jennifer Hudson, indigna do Oscar, nos apresenta apenas o estereótipo da negra norte-americana, sempre estressada, com direito a movimentos gestuais típicos e tudo. Jamie Foxx está, como sempre, inexpressivo, e Beyoncé provando que, de interpretação, ela realmente não entende nada. Sobra para Eddie Murphy, que apesar de não ser lá estas coisas, faz um papel acima da sua média e da média do filme.
A falta de coreografias também se faz notável, deixando o filme com apenas um número com a grandiosidade de um musical.
Mas nem tudo é perdido no filme. A direção de arte é bastante competente, passeando pelos anos 70 e 80 com todo o charme e breguice que estas décadas apresentam. E o roteiro consegue nos levar por estas épocas, nos mostrando um panorama da música negra ao passar do tempo, com a queda do r&b, surgimento da disco, e assim por diante.
Dreamgirls (2006). Bill Condon.



Por conseguinte, assisti Irreversível, devido tanto à polêmica quanto aos bons comentários que o filme gerou. E a experiência também foi desagradável, talvez mais ainda que Dreamgirls, devido a expectativa criada antes de assistir ao filme. Simplesmente, nada no filme funciona. O começo, com aquela câmera vertiginosa, nos leva a uma tomada em um quarto, onde dois velhos, um deles seminu, conversam sobre a vida. A câmera passeia por todo o quarto em movimentos bruscos e nauseantes, com um certo quê de voyeur, tentando nos mostrar cada detalhe em cena, para depois realmente entrar na história do filme.
O filme conta, com uma montagem um tanto quanto não convencional, e ainda assim nada original, a história de uma vingança. E a vingança se faz tão descrente de si mesma quanto o filme foi para mim. Somos expostos a cenas exageradas de violência e sexo, tanto gay quanto hetero, tão constrangedoras que fazem qualquer filme pornô ser requintado. Masturbação, drogas, estupro, masoquismo, travestis mostrando a genitália, e violência, tudo está lá. A necessidade de mostrar o submundo de Paris de maneira tão vil toma conta da cabeça do diretor, que faz qualquer cena se tornar numa experiência nauseante.
E isso se prolonga pela primeira metade inteira do filme, até a chegada da tão famosa cena do estupro de dez minutos. E daí para frente, graças à montagem e ao vazio da história, o filme se torna completamente nulo. Apenas diálogos sobre o tempo, o sexo, e algum misticismo. Fica claro, nesta parte final, que o diretor apresenta um bom domínio técnico sobre a câmera, mas apenas fez as escolhas erradas durante a primeira metade do filme.
E a tão bela Monica Belucci, foi tão violentada quanto o seu personagem no filme. A sua presença ali, parece se resumir apenas à exposição do seu corpo, aos desejos de um diretor voyeur.
Irreversível (2002). Gaspar Noé.



Já sem nenhuma esperança, assisti a nova empreitada do George Clooney: Boa noite, e boa sorte. E o filme, felizmente, foi a maior surpresa do fim de semana, salvando a temporada. A história da luta do jornalista Ed Murrow contra a política de "caça às bruxas" do senador McCarthy é transformada em uma experiência deliciosa de recordação da História. O filme é bastante simples e curto, e não há muito o que falar sobre ele, mas a competência é enorme. Competência do diretor Clooney, do elenco magnífico, do roteiro claro, da trilha sonora composta por canções de denúncia e de insatisfação, e da fotografia, excelente. David Strathairn torna-se o grande trunfo do filme, roubando qualquer cena em que apareça, mesmo acompanhado de atores com um histórico notável.
Fica ainda a sensação de que Clooney, assim como o próprio Murrow, é apenas um patriota. Longe de criticar o capitalismo e fazer qualquer elogio ao socialismo, ambos estão ali para defender a liberdade e os direitos individuais, indo de encontro à injustiça das políticas criminatórias, invasivas e antidemocráticas que, até hoje, marcam presença no cotidiano norte-americano. A crítica mesmo é feita à decadência da televisão, e a parcialidade e subserviência adquirida com a busca de patrocinadores.
E o que entristece mesmo é a lembrança de que, em um dos melhores anos para o Oscar, o prêmio foi entregue a Crash, um exemplo de anti-cinema, uma fábula mal contada cheia de efeitos morais, em detrimento de quatro grandes expoentes do cinema atual.
Boa noite, e boa sorte (2005). George Clooney.

domingo, 8 de julho de 2007

estréia

Aqui estou, mais uma vez (talvez a terceira) me aventurando no mundo das exposições internéticas. Dessa vez falando de algo que gosto: a famigerada multimídia, seus processos de integração, e a sua influência no meio. Colocarei aqui minha análise de filmes, comerciais, videoclips, revistas, livros, álbuns, músicas, bandas, séries, programas de tv, sites, entre tantos outros. O que vier à mente eu posto. A idéia inicial era criar um blog de filmes, mas isto exigiria mais tempo e dinheiro do que possuo.
De início, gostaria de deixar aqui a minha visão de cultura, já que, não obstante ao óbvio parágrafo anterior, não sairei deste campo. Não pretendo definir cultura. Todos aprenderam isto no colégio e, quando aprenderam, entraram em discussões intermináveis que iam da sala de aula com os professores até à mesa do bar entre amigos, com direito à intervenções calorosas e apaixonadas para cada posicionamento. Cada qual tem uma convicção sobre cultura, e a defende com paixão, pois nela suporta todo o seu repertório cultural. Logo, não caberá a mim definir cultura, não possuo tal mérito. Estaria ofendendo a muitos de uma vez só, e este não é o meu propósito. Apenas deixarei aqui escrito o que eu acredito, porque acho importante à quaisquer pessoas que chegarem a tal endereço, a necessidade de conhecer um preconceito, ao mesmo tempo meu e sobre mim.
Acredito que existe cultura com qualidade, tanto quanto a desprovida de tal. Que pode ser uma ferramenta de manipulação, controle de massas, alienação, voluntária ou involutariamente. E que cultura de qualidade hoje, é rara e cara. Qual é qual? Aí vai da cabeça de cada um. Mas pretendo falar aqui mais do que gosto do que o que não gosto.
Por enquanto é só isso.
Amanhã escrevo algo mais interessante.