terça-feira, 17 de julho de 2007

a dama na água


De longe, o pior filme do Shyamalan. A Dama na Água mantém os elementos dos outros filmes do diretor. As tragédias familiares, a tentativa de superação de um problema, a busca de autoreconhecimento. Está tudo lá. Segue também a linha do seu penúltimo trabalho e tem lá as suas metáforas para o nosso mundo. Mas todas elas caem por terra quando o diretor desvia o mote do filme para se autopromover.
O roteiro é do próprio Shyamalan, assim como em seus outros filmes. Mas aqui, ele se cobre de prepotência e se defende antecipadamente das críticas negativas que podiam surgir sobre a película. E faz da pior forma possível.
Ele introduz na história a personagem de um crítico famoso, deixa claro que o crítico não entende nada de interpretação, para depois simplesmente matar o crítico em uma cena inútil. Percebemos que o crítico está ali apenas para ser massacrado pelo diretor mesmo.
Os cortes de uma cena para outra são muito rápidos no início, não condizendo com um conto de fadas. A edição está incoerente com a história, aparentando muitas modificações sobre a versão original. Ele não é um diretor ruim. Além da escolha dos planos, o seu histórico nos mostra isso. Porém precisa aprender a lidar consigo mesmo.
Ainda se dá um papel de destaque, escritor de um livro que mudará a humanidade. Nada contra a participação de diretores em cena, parece ser divertido. Mas caso ele queira se dar um papel importante na trama, que ao menos tenha um mínimo de noção sobre interpretação. Cabe ao diretor tal bom senso. E o bom senso foge completamente ao Shyamalan neste seu trabalho.
A Dama na Água (2006). M. Night Shyamalan

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