quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
[Golden Globes 2008]
Melhor Filme - Drama
(5) American Gangster
(3) Atonement
(4) Eastern Promises
(7) The Great Debaters
(6) Michael Clayton
(1) No Country for Old Men
(2) There Will Be Blood
The Great Debaters? Ahn? Alguém tinha ouvido falar qualquer coisa sobre esse filme? É a indicação mais estranha para o grande prêmio da noite. Michael Clayton, Eastern Promises e American Gangster dividem chances mínimas de ganhar. Atonement pode até surpreender, mas a disputa mesmo está entre No Country for Old Men e There Will Be Blood. Seria legal ver o P.T. agraciado com o prêmio, mas essa acho que os Coen levam.
[Senti falta de: I'm Not There]
Melhor Filme - Musical ou Comédia
(4) Across The Universe
(3) Charlie Wilson's War
(5) Hairspray
(2) Juno
(1) Sweeney Todd
Hairspray deve ser legal, e só. Nada que ganhe um prêmio tão importante. Juno aparece como o filme independente, está sendo bastante elogiado, mas como filme independente, só está aí marcando presença mesmo. Across The Universe dividiu os críticos, e acho que não ganha nada não. Aqui, a indicação interessante é Charlie Wilson's War, comédia dramática do Mike Nichols. Mas acho que é só interessante mesmo. O prêmio, provavelmente o mais certo noite, vai para Sweeney Todd.
Melhor Ator - Drama
(-) George Clooney – Michael Clayton
(1) Daniel Day-Lewis – There Will Be Blood
(-) James McAvoy – Atonement
(-) Viggo Mortensen – Eastern Promises
(-) Denzel Washington – American Gangster
Aqui realmente está confuso. Com exceção de James McAvoy, são todos atores experientes. Viggo Mortensen está muito bem em Eastern Promises, e os outros eu não vi, mas Daniel Day-Lewis tem sido apontado como favorito.
Melhor Atriz - Drama
(2) Cate Blanchett – Elizabeth: The Golden Age
(1) Julie Christie – Away From Her
(4) Jodie Foster – The Brave One
(5) Angelina Jolie – A Mighty Heart
(3) Keira Knightley – Atonement
Jodie Foster e Angelina Jolie não ganham. Keira Knightley não tem minha simpatia. A disputa fica mesmo entre Julie Christie e Cate Blanchett. A última está sempre bem em cena, mas já é consagrada. Julie Christie há muito não aparece e volta fenomenal no filme da Sarah Polley e acumula mais chances.
Melhor Ator - Comédia
(1) Johnny Depp – Sweeney Todd
(3) Ryan Gosling – Lars and the Real Girl
(4) Tom Hanks – Charlie Wilson's War
(2) Philip Seymour Hoffman – The Savages
(5) John C. Reilly – Walk Hard: The Dewey Cox Story
Ryan Gosling é um dos melhores atores desta nova geração, mas ainda não achou o seu grande papel. Se não ganhou com Half Nelson, não deve ganhar aqui. A época de Tom Hanks já passou, e o único prêmio que ele deve ganhar algum dia é pelo conjunto da obra. Philip Seymour Hoffman estreou um número considerável de filmes esse ano e não fez nada de tão interessante. John C. Reilly também é bom, mas não ganha. Mesmo se tivesse concorrentes mais fortes, Johnny sairia vencedor.
Melhor Atriz - Comédia
(3) Amy Adams – Enchanted
(4) Nikki Blonsky – Hairspray
(5) Helena Bonham Carter – Sweeney Todd
(1) Marion Cotillard – La Vie En Rose
(2) Ellen Page – Juno
A categoria de melhor atriz comédia se contrapõe às outras categorias de atuação. Aqui, o número de atrizes jovens é grande. Nikki Blonsky ou Amy Adams, acho difícil. Helena Bonham Carter teria mais chances, ainda que pequenas, se fosse indicada ao prêmio de coadjvante. A disputa fica entre Ellen Page e Marion Cotillard, que deve levar o prêmio pela sua elogiada atuação como Edith Piaf.
Melhor Ator Coadjuvante
(2) Casey Affleck – The Assassination Of Jesse James By The Coward Robert Ford
(1) Javier Bardem – No Country for Old Men
(4) Philip Seymour Hoffman – Charlie Wilson's War
(5) John Travolta – Hairspray
(3) Tom Wilkinson – Michael Clayton
John Travolta travestido deve ser engraçado e só. Tom Wilkinson assim como o Hoffman, o coadjuvante de luxo, são ótimos atores, mas tem poucas chances. A disputa está mesmo entre Casey e Bardem. Não vi The Assassination... mas o Bardem está perfeito como o psicopata Chigurh. Difícil desbancar ele.
Melhor Atriz Coadjuvante
(2) Cate Blanchett – I'm Not There
(4) Julia Roberts – Charlie Wilson's War
(-) Saoirse Ronan – Atonement
(1) Amy Ryan – Gone Baby Gone
(3) Tilda Swinton – Michael Clayton
Eu sou apaixonado pela Cate, e apesar de ter ganhado o prêmio em Veneza, o trabalho mais elogiado recentemente tem sido o de Amy Ryan no filme do Affleck. Julia Roberts carregará para sempre o estigma de "queridinha da América". Tilda Swinton é uma grande atriz, mas está concorrendo por um filme em que a cena é dividida com outros grandes atores, o que diminui a chance de todos. Quanto a Saoirse Ronan, prefiro não opinar.
Melhor Diretor
(2) Tim Burton – Sweeney Todd
(1) Ethan Coen – No Country for Old Men
(3) Julian Schnabel – The Diving Bell And The Butterfly
(5) Ridley Scott – American Gangster
(4) Joe Wright – Atonement
Julian Schnabel fez uma das películas mais comentadas do ano, mas é um nome desconhecido. Joe Wright vem trabalhando na mesma linha do seu filme antecessor, e não encontra candidatos fracos pela frente. A disputa está mesmo entre Tim Burton e o Coen. É a disputa mais acirrada, junto com melhor filme, e apesar de adorar o trabalho do Burton, fico com o Ethan.
[Senti falta de: Ang Lee, Todd Haynes]
Melhor Animação
(2) Bee Movie
(1) Ratatouille
(3) The Simpsons Movie
A parceria Brad Bird/Pixar deu muito certo novamente e Ratatouille foi a animação do ano, indiscutivelmente. The Simpsons Movie foi apenas um episódio grande da série e Bee Movie faz mais sucesso por causa do Seinfeld do que outra coisa.
Melhor Filme em Língua Estrangeira
(2) 4 luni, 3 saptamani si 2 zile
(3) Scaphandre et le papillon, Le
(5) The Kite Runner
(1) Se, jie
(4) Persepolis
Difícil tentar prever este aqui também. O vencedor de Cannes contra o vencedor de Veneza no páreo. Da disputa, acho que sai vencedor o filme do Ang Lee, perfeito, e lembrado apenas aqui. O Escafandro e a Borboleta vem logo atrás, mas um pouquinho longe. Existe um certo falatório ao redor de Persepolis, mas para mim, não passou ainda de uma animação simpática. The Kite Runner é o filme que eu não quero que ganhe.
As categorias de Melhor Roteiro, Canção Original e Trilha Sonora prefiro não comentar agora. Só queria lembrar a ausência da trilha do Alexandre Desplat, a maior injustiça até aqui.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
10 December 2007
'No Country for Old Men' Tops With Critics' Awards
As the awards season begins, no less than four critics' groups announced their awards over the past two days, with the highest-profile group, the New York Film Critics Circle, giving its top honor to emerging favorite No Country for Old Men. Quickly turning into the movie to beat this season, the Coen brothers movie also won the Best Director, Best Screenplay, and Best Supporting Actor (Javier Bardem) awards from the Gotham critics. Top acting honors went to Daniel Day-Lewis (There Will Be Blood) and Julie Christie (Away From Her), with the supporting actress award going to Amy Ryan (Gone Baby Gone), who is appearing on as many winners' lists as the Coen brothers. Other winners included The Lives of Others (Foreign Language Film), Persepolis (Animated Film), and No End in Sight (Documentary).
In Los Angeles on Sunday, there was blood -- and lots of it -- as Paul Thomas Anderson's historical epic There Will Be Blood swept the awards, taking Best Picture, Director, and Lead Actor (Daniel Day-Lewis) honors. Marion Cotillard of La Vie En Rose was named Best Actress, Vlad Ivanov of the Romanian abortion drama 4 Months, 3 Weeks and 2 Days was the surprise supporting actor winner, and -- yes -- Amy Ryan was named best supporting actress for Gone Baby Gone as well as Before the Devil Knows You're Dead. 4 Months, 3 Weeks and 2 Days also won the foreign language film award, and Tamara Jenkins's The Savages received best screenplay honors. No End in Sight was the documentary winner, with Ratatouille and Persepolis sharing the animated feature award.
Also handing out awards on Sunday was the Boston Society of Film Critics, which jumped on the No Country for Old Men bandwagon, naming it their best picture and Javier Bardem as the supporting actor winner. While Marion Cotillard (La Vie En Rose) was the lead actress winner, the group threw a couple curveballs with awards to lead actor Frank Langella for the acclaimed but little-seen drama Starting Out in the Evening, and to director Julian Schnabel for The Diving Bell and the Butterfly (which also won cinematography and foreign language film honors). Once again, Amy Ryan won the supporting actress award for Gone Baby Gone. Other winners included Ratatouille (screenplay) and Crazy Love (documentary).
And sharing in the fun was the Washington D.C. Area Film Critics Association, which along with Boston and New York named No Country for Old Men as their Best Picture, and giving the Coen brothers directing honors and Javier Bardem the supporting actor award; to exacerbate the sense of deja vu, Amy Ryan was again the supporting actress winner for Gone Baby Gone. A bevy of usual suspects rounded out the DC awards, with George Clooney (Michael Clayton) and Julie Christie (Away From Her) nabbing lead acting awards, and The Diving Bell and the Butterfly taking the foreign language film honor. Other winners included Michael Moore's Sicko (documentary), Ratatouille (animated film), Charlie Wilson's War (adapted screenplay) and Juno (original screenplay and breakthrough performance for Ellen Page).
Following up these critical honors will be the announcement of the Golden Globe nominations this Thursday morning; the Academy Award nominations will be unveiled next month on Tuesday, January 22.
--Mark Englehart, IMDb staff
domingo, 18 de novembro de 2007
[na fila]
Death Proof (31/03)
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
[ranking mostra]
Ah, e filmes. 16 filmes em cinco dias de mostra. Cinco dias conversando e ouvindo apenas sobre cinema, cinema, mais cinema.
Que bem existe em se ter um cineasta no núcleo familiar? Bom, se você um dia vender sua casa, pode fazer um documentário de luxo, sobre a importância histórica de uma casa e as lembranças que tal ato faz reviver. E não passa disso esse filme. Um arquivo pessoal de luxo.
14º) Nem de Eva, nem de Adão - Jean-Paul Civeyrac
10º) Persépolis - Marjane Satrapi & Vincent Paronnaud
Talvez a melhor obra dos Coen até aqui, o filme conta com um ritmo tenso do início ao fim. Era o filme que mais queria ver na Mostra, e como fã dos Coen, sou meio suspeito para falar. Mas o Javier Bardem nasceu para ser um psicopata, sua atuação está excelente. O filme consegue muito bem entrelaçar a história de todos os personagens com a do psicopata, e desde a primeira morte sabemos que qualquer um pode morrer a qualquer momento. De novo, um Texas de homens rudes, com uma secura que reflete a aridez da região. Mise en scène ou determinismo, os Coen são mestres em traçar um perfil do texano atual, num Novo Oeste ainda sem lei.
2º) A Questão Humana - Nicholas Klotz
terça-feira, 9 de outubro de 2007
[mostra]
Mostra de Cinema de SP vai discutir "crise da cinefilia"
SILVANA ARANTES
da Folha de S.Paulo
Depois de anunciar os mais de 400 filmes programados para a 31ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o fundador do evento, Leon Cakoff, afirmou, no último sábado: "A cinefilia está em crise. Nós, críticos, estamos perdendo a credibilidade".
A partir dessa constatação, Cakoff decidiu transformar os rumos do cinema e o papel que corresponde à crítica na era da revolução tecnológica em tema central de discussões da próxima Mostra (de 19/10 a 1º/11).
O escritor, crítico e atual diretor da Cinemateca Francesa, Serge Toubiana, aceitou coordenar os debates em torno da questão. A Mostra promoverá ainda o lançamento da edição brasileira (pela Cosacnaify) do livro de ensaios "A Rampa" (1983), do crítico francês Serge Daney, cujo título, na opinião de Cakoff, sintetiza a função da crítica, atualmente em xeque.
"A crítica deveria construir, com o cinema, um pensamento humanitário e filosófico, e não apenas dizer se um filme é bom ou ruim", afirma. "Sou crítico. Caiu a ficha. Estamos perdendo [a comunicação com] a platéia. Hoje, a cinefilia não é mais como no meu passado", observa.
terça-feira, 2 de outubro de 2007
[cliché]
terça-feira, 11 de setembro de 2007
[algumas considerações sobre os últimos filmes vistos]
Vou postar aqui, rapidamente, apenas uma coisa ou outra sobre os filmes que vi nesses últimos dias, sem previsão de quando terei um tempo livre para ver outro.
O Ultimato Bourne [finalmente me devolveram o cinema]
E fui assistir este a certo contragosto. Não havia assistido os outros e achei que, para piorar a situação, não iria entender nada da história [apesar do meu pré-conceito já muito bem estabelecido de que filmes de ação não possuem uma história].
E, agradável surpresa, todas as minhas idéias sobre o filme caíram por terra. As cenas de perseguição são um espetáculo a parte, fazendo o coração pulsar em ritmo tão frenético quanto o da cena. O roteiro aposta em todos os fronts, das perseguições mais humanas, em locais abertos, como uma estação de metrô ou uma feira ao ar livre no Marrocos, até perseguições de carro em plena New York.
A câmera trêmula do Paul Greengrass dá um caráter mais documental ao filme, o que equilibra bastante a inverossimilhança de determinadas seqüências. E o que mais impressiona. A falta de um compromisso com a verdade, ao invés de atrapalhar, se torna em uma deliciosa experiência.
Tenho mais coisas pra falar, mas isto era pra ser um breve comentário. =P
Nunca vi uma sala de cinema tão silenciosa durante a exibição de um blockbuster. As pessoas realmente acompanhavam todos os passos de Jason Bourne na tela. E sentiam-se apreensivas nas perseguições, sorriam aliviadas nas reviravoltas. E eu era parte daquilo novamente. Daquilo que o cinema deve ser.
Se o problema da decadência do cinema é da indústria cinematográfica, cada vez mais repetitiva, ou do público, cada vez menos criterioso, não importa.
O que importa é que o Greengrass conseguiu fazer um filme de qualidade, sem precisar recorrer a reflexões ou análises quaisquer.
E, por favor, não tentem fazer isso por ele.
O Ultimato Bourne. (The Bourne Ultimatum). 2007. Paul Greengrass. USA.
O Filho
Obra realista do cinema francês, que segue a tendência de alguns diretores de tal região ultimamente. Nada novo na fórmula. Ausência de trilha sonora, desenrolar monótono da história, vida suburbana em foco. Me lembrou muito 'O quarto do filho', de Nani Moretti. Está tudo ali novamente pra mostrar que o silêncio às vezes fala mais alto, que a vida não tem trilha sonora, e por isso os sentimentos, reais, são confusos, complexos, intensos. Mais intensos que qualquer trilha sonora faça parecer.
O Filho. (Le fils). 1992. Jean-Pierre & Luc Dardenne. Bélgica.
Z
Drama político que não tem vergonha do que é. Já de início, a frase "Qualquer semelhança com fatos ou pessoas vivas ou mortas não é casual, é intencional" escancara isto. Não gosto do cinema panfletário, engajado, que vez por outra, desvirtua a arte. E o Costa-Gavras consegue se distanciar desta corrente. O cinema de tal diretor é denuncista, sim. Mais este do que seus filmes posteriores. Mas é necessário. É necessário lembrar os horrores da ditadura, da repressão, da incompreensão, do desserviço militar.
O trabalho em si é muito competente, merecedor dos prêmios a que concorreu. O tom documental, as atuações, a trilha sonora. Tudo vai bem, como sempre, para um bom diretor.
Manderlay
Lars von Trier cai na besteira da repetição. Não há nada de novo no que se diz respeito a Dogville. Tá certo que é uma trilogia, mas há realmente a necessidade de usar a mesma fórmula novamente?
O roteiro é bom, mas a Bryce Dallas Howard é bem fraquinha. A substituição imediata da Nicole Kidman pela Bryce foi a pior decisão que o Trier poderia tomar. Talvez se ele esperasse mais um pouco, o resultado saísse melhor.
Tomates verdes fritos
Bom, não tenho muito o que falar deste filme. Quando era mais novo, me parecia muito melhor. Mas o revi esses dias e me foi tão sem graça. Nem as boas atuações de um elenco feminino magnífico convencem. Tudo sai apenas correto demais.
Tomates verdes fritos. (Fried green tomatoes). 1991. Jon Avnet. USA.
Boogie Nights
É sempre bom rever um trabalho do Paul Thomas Anderson. E cada vez mais gosto mais deste do que Magnólia. Mas é só ver novamente Magnólia para mudar de idéia. É difícil escolher a obra-prima de um diretor que tem, apesar de tão poucos filmes, a capacidade de fazê-los fundamentais.
Boogie Nights - Prazer sem limites. (Boogie Nights). 1997. Paul Thomas Anderson. USA.